segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

Jovens antropólogos em Duas Igrejas, na Terra de Miranda

O tempo tem estado frio no planalto mirandês. Ali, «nove meses de Inverno e três de Inferno», com as altas temperaturas do Verão pautadas pela continentalidade. Em Duas Igrejas, no concelho de Miranda do Douro, permanecem desde dia 18 de Dezembro o João Sousa e o Roman Beiu, que no ano anterior haviam feito uma estadia de terreno em Montes Juntos, no concelho do Alandroal. Foram brindados com esta neve toda.


Estudam a festa de Santo Estêvão, tentando entendê-la como modalidade de leitura das mudanças num contexto, entre emblematização e conversão em património. As fotos são deles e não é despicienda a última, que demonstra à puridade que por lá estiveram, entre pauliteiros. Terão dançado algum llaço?





Um filme posto no Youtube em 2008:

Mesa de Santo Estêvão em Samil

Em Samil, o Pedro Osório e o Pedro Mogárrio encontraram uma povoação que se cola já à cidade de Bragança. Os habitantes de Samil e Cabeça Boa realizam uma mesa comum,em que se consome bacalhau (uma posta de meio quilo por pessoa) com batatas. Esta distribuição alimentar, seguida de comensalidade numa mesa comum, tem agora lugar num recinto fechado.


A imagem joga um papel fundamental, seja a de Santo Estêvão, que aqui se reproduz, seja a que é recolhida pelas várias televisões. Nestas festas de Inverno, a projecção para fora, dilatando o raio de reconhecimento local, enquadra-se em mecanismos de emblematização, com agentes sociais empenhados.


As fotos são do Pedro Osório e do Pedro Mogárrio.

domingo, 27 de dezembro de 2009

Festa de Santo Estêvão em Parada de Infanções

Desde dia 18 numa estadia de terreno em Parada de Infanções, no concelho de Bragança, o Francisco Ventura e o Vítor Augusto têm tido dias muito cheios. O Sr. Norberto, presidente da Junta de Freguesia, acolheu-os encantado. Nesta aldeia, festeja-se o Santo Estêvão, no dia 26 de Dezembro, com distribuição alimentar generalizada, missa, peditórios, provas de destreza física e baile.

Aqui vemos os caretos em acção, incomodando os vizinhos e os visitantes, impertinentes e carregados de numinosum - o sagrado selvagem de que fala Rudolph Otto.


Jungindo o carro de bois, são os jovens que transportam velhos e novos mordomos. As fotos são do Francisco Ventura e do Vítor Augusto.

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Trás-os-Montes: como tratar do seguro escolar

Caros alunos, para ficarem recobertos pelos seguro escolar, terão de preencher um formulário que se encontra em http://www.fcsh.unl.pt/servicos/nesp/formulario-protocolos
No vosso caso, devem indicar como instituição a FCSH/UNL.

Amanhã não há aula

Caros alunos, por ter um familiar doente não me é possível estar presente na aula de amanhã. Agradeço que entreguem no secretariado de Antropologia as vossas fichas de leitura, que pedirei que sejam recolhidas no meu gabinete. No caso dos alunos que se deslocam para trabalho de campo, solicito o envio por mail do número de telemóvel de todos os elementos dos grupos.

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Obras a recensear

Caros alunos, até à próxima 4ª Fª deverão entregar as recensões das seguintes obras:
ALMEIDA, Sónia (2009) Camponeses, Cultura e Revolução – Campanhas de Dinamização Cultural e Acção Cívica do MFA (1974-1975), Lisboa, Colibri/IELT;
FONSECA, Inês (2007) Trabalho, Identidades e Memórias em Aljustrel – “Levávamos a foice logo p’ra mina”, s/l., 100 Luz;
PEREIRA, Benjamim, coord. (2006) Rituais de Inverno com máscaras, Bragança, Museu Abade de Baçal.

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Ciclo dos doze dias



Venho convidar-vos para uma reunião no dia 9 de Dezembro, às 15 horas, na sala 303, em que serão discutidos os projectos e serão feitas sugestões de trabalho antes da partida para o terreno transmontano.

Reunião conjunta sobre os projectos acerca do fado



Para discussão conjunta dos projectos e avaliação do estado das investigações espero os grupos de estudantes que estão a trabalhar sobre o fado às 16 horas de 5ª Fª, 10 de Dezembro de 2009 na sala 303.

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Le pays où l'on ne revient jamais, de José Vieira


"Longe da terra distante/Longe do seu Portugal/ Vai pensando o emigrante/ Na sua terra natal» - com os versos cantados pelo conjunto de Maria Albertina em fundo, este filme de José Vieira, que o realizador, filho de emigrantes portugueses, apresenta como uma «crónica de emigrantes que prometeram regressar», permitiu-nos reflectir sobre um conjunto de temas decorrentes dos processos migratórios dos anos '60 e '70, num país cujos movimentos de população têm agora novas modalidades.

O Voo do Arado


BAPTISTA, Fernando Oliveira; BRITO, Joaquim Pais de; PEREIRA, Benjamim Enes (coord.) (1996) O Voo do Arado, Lisboa, Museu Nacional de Etnologia/Instituto Português de Museus/Ministério da Cultura.
Ao longo das últimas sessões trabalhou-se uma obra muito relevante acerca da mudança até à dissipação da agricultura em Portugal, entrelaçando as transformações da sociedade rural com as da sociedade portuguesa como um todo. Na década de 1950 o espaço rural português atingiu a sua maior expressão demográfica, com a agricultura a ocupar todo o espaço disponível, não restando incultos por aproveitar. Revisitada de forma geral na primeira parte do livro, e em retratos localizados de mudança na segunda parte, verifica-se que a agricultura já não unifica a sociedade portuguesa, e sobra a terra para a produção agrícola. Mais, o rural tende a ser moldado pelo urbano.

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Visionamento de filmes no Anime

No próximo dia 4 de Dezembro às 9h30, com a colaboração da Cinemateca Museu do Cinema - a quem devo igualmente a cedência das imagens que ilustram este post - assistiremos à projecção de 3 filmes, nas instalações do Anime, perto de Bucelas. Assim, veremos Festa, trabalho e pão em Grijó de Parada, de Manuel Costa e Silva, uma obra de 1973 precursora de outros olhares sobre Trás-os-Montes. Percorremos com ele a vida anual duma aldeia do concelho de Bragança em que um dos nossos grupos permanecerá em Dezembro próximo, culminando nas festas de Santo Estêvão. O esforço humano, nas segadas e nas debulhas do cereal que culminam os ritmos anuais da produção, fica patente na emulação do trabalho e na conjugação inevitável de esforços, expressa nos gestos dos homens que malham o cereal na eira, filmados a preto e branco. A aldeia ilumina-se e o filme ganha cor com a festa de Santo Estêvão em 26 de Dezembro, com os mascarados, as galhofas e as distribuições alimentares generalizadas a conferirem um ritmo denso, acelerado.



Em Máscaras, de Noémia Delgado, a realizadora filma várias das festas do ciclo de Inverno, que passou a conhecer através da obra de Benjamim Pereira Máscaras Portuguesas que saíra em 1973. Em imagens belíssimas, captadas num período particularmente marcado pela busca do «popular», a seguir à queda da ditadura, mostra-nos um conjunto de cerimónias de Inverno nos concelhos de Bragança, Vinhais, Macedo de Cavaleiros, Miranda do Douro e Mogadouro, algumas das quais revisitadas por nós este ano.



Finalmente, somos brindados com um filme pouco conhecido e mais antigo que os anteriores, que nos foi sugerido pela Cinemateca. Trata-se de Imagens de Portugal 266 , um pequeno filme de 1963 sobre a festa de Torre D. Chama.

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Mais fotos da ida aos fados


A Ana Frazão e o seu grupo também fizeram fotos da nossa ida aos fados no «Vai Tu». São essas fotos que aqui deixo.
















Os antropólogos afadigavam-se a fazer notas de terreno...




segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Como se faz um projecto

Grande parte dos alunos optou por ser avaliada através dum trabalho, o que requer, como sabem, um estudo de terreno. O princípio de tudo, a «declaração de intenções», o guia precioso a que sempre voltarão enquanto estiverem a realizar o vosso estudo, é o projecto. No dia 25 às 15 horas, na sala 303, haverá uma sessão sobre a feitura dum projecto, com as instruções necessárias para o levar a cabo. É importante que nela participe pelo menos uma pessoa por grupo.

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Alojamento em Trás-os-Montes


Não, não é no pombal de Varge que vêem na foto acima que ficarão alojados. Depois de recuperados, estes pombais vêm sendo reconvertidos em T0 para noivos - os «pombinhos» - passarem a noite de núpcias...
Quanto ao vosso alojamento, acabei de fazer o último contacto e já todos têm local garantido. Não será o Ritz, mas terão onde esticar o saco-cama, aquecer-se, cozinhar e tomar banho. Aqui vai a lista dos sítios em que ficarão:
Grupo 1: Vítor Augusto e Francisco Ventura, em Parada de Infanções, Bragança, com Festa de Santo Estêvão, tendo o Sr.Norberto Costa e a esposa, como o restante colectivo da Junta de Freguesia, envidado todos os esforços para conseguir alojamento;
Grupo 2: João Sousa e Roman Beiu, em Duas Igrejas, Miranda do Douro, com Festa de Santo Estêvão. O Senhor Domingos Augusto Ruano, presidente há 20 anos da Junta de Freguesia e que há dois anos alojou um outro grupo, recebe-vos no mesmo local que serviu para os vossos colegas;
Grupo 3: Pedro Osório, João Miguel e Pedro Mogárrio: Samil, Bragança, com Mesa de Santo Estêvão. O Presidente Eduardo Joaquim Portela mostrou a melhor disposição para vos receber, decidindo de imediato, sem hesitações;
Grupo 4: Bruno + 1, Grijó de Parada, Bragança, com Festa de Santo Estêvão. Uma presidente de Junta com um notável dinamismo e simpatia, Maria Helena Santos, informou desde logo que ficam alojados na casa da sua sogra, que está vazia, depois de lhe serem feitas umas limpezas;
Grupo 5: Ana Candeias, Ana Dâmaso, Kinga Németh, Petisqueira, Bragança (para tratar a fronteira e as memórias da guerra civil de Espanha). O presidente da Junta de Deilão, a sede de freguesia, Sr. Manuel Inácio, que já acolheu estudantes noutros anos quer em Deilão, quer em Vila Meã, nem hesitou: que venham, serão bem recebidas na Petisqueira!
Forneço-vos pessoalmente os contactos dos presidentes de junta que tão simpaticamente acederam a acolher-vos.

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Por terras de Miranda e Mogadouro, em 2007

Escolhemos o planalto entre Sabor e Douro para o terreno de 2007. Em alguns grupos estudavam-se as festas com máscaras, noutros a vida de fronteira.

As estudantes que ficaram em Tó, a estudar uma festa com várias etapas rituais cumpridas pelos jovens.

Na Bemposta, concelho de Mogadouro, na passagem de ano 2007-8, enquanto aguardavamos a licitação da máscara do chocalheiro.

Em Bruçó, entre as «madames» e os «velhos», um grupo de antropólogos que visitei já perto do final da estadia de terreno, já com tudo a saber a despedida e muitas lágrimas...


O grupo de Vila Chã, que teve de ficar alojado em Picote.



Os jovens antropólogos de Duas Igrejas viveram uma tragédia com a aldeia: na noite de natal, dois jovens despistaram-se num automóvel na estrada gelada e morreram. Não houve festa, como é de calcular.

Com Aureliano Ribeiro, que além de filho dum dos melhores tocadores de flauta das terras de Miranda, Vergílio Cristal, faz capas de honras na sua oficina de Constantim.

Em Constantim, entre gelo.

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Recensões a entregar no dia 18

Lembra-se quais as obras cujas recensões deverão ser entregues na próxima 4ª Fª:
BRITO, J. Pais de (1996) Retrato de aldeia com espelho – Ensaio sobre Rio de Onor, Lisboa, D. Quixote;
GODINHO, Paula (2006) O leito e as margens - Estratégias familiares de renovação e situações liminares no Alto Trás-os-Montes raiano, Lisboa, Colibri/IELT;
LEAL, João (1994) As Festas do Espírito Santo nos Açores, Lisboa, Publicações D. Quixote;
WALL, Karin (1998) Famílias no Campo – Passado e presente em duas Freguesias do Baixo Minho, Lisboa, D. Quixote.

Fados no Vai tu


Ontem à noite fomos aos fados, no Grupo Excursionista Vai tu, na Bica. Fomos acolhidos pela D. Águeda, uma jovem que preside à direcção do clube e que passou uma noite muito atarefada a servir as mesas repletas de gente - há que reservar com antecedência.
Nas paredes, iconografia acerca do clube e do fado, nomedamente uma foto de Fernando Farinha, ou não tivesse sido ele o «miúdo da Bica».
A apresentadora, D. Amélia Vieira, que sucessivamente reiterava que "aqui somos como uma família", ia fazendo desfilar os fadistas que, depois do último intervalo e por terem aparecido em grande número, tiveram de limitar as suas performances. Em constantes remoques cúmplices com o guitarrista - e fadista - José Manuel Castro, os fadistas pareciam apostados em confirmar o carácter familiar do evento.
Aqui ficam algumas fotos dos fadistas (não são exaustivas, não consigo pôr todos), tiradas por mim e pelo António Monteiro Cardoso, aguardando as vossas.








Por fim, aqui fica o nosso grupo de antropólogos.