quarta-feira, 7 de outubro de 2009
Festa da Senhora da Graça em Almoçageme
Bem perto de Lisboa, numa vertente da serra de Sintra, a aldeia de Almoçageme. No passado fim de semana, esteve em festa, com a campanha eleitoral a colar-se-lhe e os candidatos a aparecerem, ainda que discretamente.
Almoçageme, entre uma população «antiga», com camponeses, assalariados e proprietários de quintas, e uma «recente», com características variadas, tem ainda no Verão uma outra, flutuante. São os que procuram a praia da Adraga, que enche tantos anúncios televisivos.Em Outubro festejam a Senhora da Graça, numa festa com «juízes» ou mordomos que se encarregam da sua reprodução, desfiles de banda, missa, procissão, arraiais com cantores modernos e baile. Pelo meio, vende-se arte africana, exposta pela rua, entre turrão de Alicante e algodão doce, brincos e colares, mais uma barracas de churros e um bazar de flores. Na quermesse, entre almofadas de lã feitas à mão e kits para montar apetrechos variados, tudo nos pode sair. Cheira a fritos e ao ensopado de borrego preparado num restaurante perto do coreto.
A festa mostra a miscelânea social local - e envolvente - como mostra o cartaz das farturas. As colectividades - de reformados, desportivas, musicais, os bombeiros - são ritualmente visitadas pelas autoridades da festas, os juízes. Replica-se a nível local algum do aparato central, nestas visitas, nas insígnias, nos ritos ligados às bandeiras. A comissão de festas, com t-shirt azul turquesa, cuida dos bazares e das quermesses, enquanto os juizes desfilam ritualmente e se complementam, entre a Igreja - que num tempo longo enquadrou e assimilou todas as festividades - e o todo do patchwork da sociedade local.
À noite, sobram as luzes e a música, primeiro de aparelhagem, mais tarde ao vivo. Reciclam-se nas várias funções necessárias os diversos membros da comissão, transportando cestos de oferendas, alimentando os músicos - este ano a banda veio do Montijo e mostrava orgulho nas suas insígnias, que assinalavam a sua circulação e internacionalização - cuidadando da ordenação do espaço e do tempo. Para o ano há mais, este ano também, noutras povoações das redondezas, já que o raio ritual pode ir longe (obrigada ao António Monteiro Cardoso pelas fotos).
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Eu estive nessa festa e só faltei a dois dias... já vou á festa de Almoçageme desde 2006, principalmente por causa do fogo de artificio que marca os dois ultimos dias da festa. É interessante ver como tem mudado a população á cerca de três anos para cá Almoçageme tem chamado jovens para aquela pequena aldeia, conheço dois casos, dois rapazes que viviam na Amadora e que agora vivem lá.
ResponderEliminarCumprimentos,
Nádia Santos