terça-feira, 6 de outubro de 2009


Os meios citadinos, na sua heterogeneidade, são objectos mais recentes da observação antropológica em Portugal. Como lembra Graça Indias Cordeiro, à semelhança do que sucedeu noutros países da Europa do Sul, em Portugal a antropologia desenvolveu-se a partir duma clara herança ruralista, sem que por longo tempo se registasse abertura aos terrenos urbanos, mesmo quando tudo indicava que estes se estavam a converter em pólos de transformação (Cordeiro, 2003:21). No que toca à cidade de Lisboa, como nota Joaquim Pais de Brito, a "capital do país e do império, foi sendo lugar de fixação e de passagem em busca do lucro, sonho ou apaziguamento das fomes, daqueles que vieram do interior do país, das ilhas ou de todos os lugares de além-mar. Para os primeiros ela foi-se revestindo de mantas de retalho das províncias, com que alguma da sua expressão e produção icónica em torno de certos ofícios e de formas e espaços associativos se elaborou. Para todos os outros, conforme as conjunturas da história da cidade e do país, outras expressões mais óbvias de diferenciação cultural marcaram a cidade, desde os modos de vestir, comer, cantar, à ocupação dos espaços e criação de vizinhanças." (Brito in Cordeiro et al., 2003:48).
Ao longo de três aulas aborda-se a temática da cidade através de três formatos da sua cultura expressiva: as marchas, na sua ligação com os bairros; o fado; a música hip hop.

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