quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Fados adiados

Recintos pequenos e muita gente a querer ir ouvir fado explicam que me tenham informado no «Vai Tu» que já não havia lugar para tanta gente no próximo domingo. Mais, não havia sequer uma única mesa disponível. Tentaremos noutro local, noutra noite. Por agora, suspendemos a deslocação, agradecendo aos 17 inscritos.

Heranças, melhoras e famílias


No Museo do Pobo Galego, em Santiago de Compostela, esta trasncrição dum testamento permite ver o tipo de disposições aí encontradas para "arranjar a vida" dos que ficavam. Às contingências biológicas respondia-se com um conjunto de tácticas destinado a perpetuar a casa, unidade de produção e reprodução que arredava alguns da possibilidade de a constituirem. Nas palavras recolhidas por Karin Wall, nos grupos sociais extremados «segurava-se a vida» ou «ia-se à vida». As referências bibliográficas acerca do tema estão oruganizadas na vossa bibliografia.

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Alunos no terreno barrosão em 2005


Nos próximos dias vou recordar aqui as estadias de terreno de vários dos nossos alunos, em anos anteriores. Em 2005, as férias do Natal foram passadas no Barroso, como poderão ver.






Estava muito frio e havia grupos muito mal instalados: nas escolas locais desactivadas, em casas cedidas para o efeito, em casas do povo. Um dos grupos estava em excelentes condições, numa casa paroquial bem equipada. Entrosados no contexto local, todos pareciam empenhados em dar o melhor.

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Fados no Grupo Excursionista Vai Tu

No próximo domingo, dia 1 de Novembro, no Grupo Excursionista Vai tu, na Calçada da Bica Duarte Belo, a partir das 9 e meia, há fados. Acabei de falar com o senhor Manuel Amor, que só me pede que avise na 4ª Fª à noite a D. Águeda, actual presidente da colectividade, acerca do número de estudantes que participarão nesta visita. Na 4ª Fª faremos circular uma lista de inscrições durante a sessão. A entrada é gratuita, tendo só cada um que pagar o consumo respectivo. Quem quiser jantar, pode fazê-lo, mas a minha proposta era que nos encontrássemos às 21h15 à saída do metro da Baixa-Chiado, seguindo depois para o Vai Tu.

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Fotos da visita ao Museu do Fado


Muito bem guiados pelo nosso acompanhante Ricardo, visitámos o Museu do Fado na passada sexta-feira e, a seguir, passeámos pelo bairro de Alfama. O João Dias tirou as fotos que se seguem.

Aqui está uma parte do grupo ainda à espera, no bar anexo ao Museu (de notar que no interior do Museu é proibido tirar fotos).

A Parreirinha é um sítio, no sentido antropológico. Ali canta há muitos anos, acompnhando várias gerações de fadistas, a D. Argentina.

No vaivém político entre Câmara e Assembleia Municipal, patenteado em inúmeros cartazes, o bairro está muito deteriorado, com vários edificios a ameaçar ruína.

O grupo de resistentes que, depois duma visita longa ao museu, ainda subiu por Santo Estêvão e aqui se desloca pelo Largo do Salvador.

O grupo que sobrava no final, nas escadinhas da igreja de S. Miguel (notem a exuberância do Roman...).

terça-feira, 20 de outubro de 2009

Entrega de recensões

É um lembrete: amanhã, dia 21, expira o prazo para a entrega das recensões (3 páginas no máximo, em Times News Roman, 12, a espaço e meio). Notem que têm três momentos de entrega para obras diferentes, sendo necessário que recenseiem só uma das obras propostas. Amanhã será a data de entrega das recensões às seguintes obras:
COLE, Sally (1994) Mulheres da Praia – o trabalho e a vida numa comunidade costeira, Lisboa, D. Quixote;
CORDEIRO, Graça I. (1997) Um lugar na cidade – Quotidiano, memória e representação no bairro da Bica, Lisboa, D. Quixote;
LIMA, Antónia P. (2003) Grandes Famílias, Grandes Empresas, Lisboa, D. Quixote.

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Visita de estudo ao Museu do Fado


Na próxima sexta-feira, 16 de Outubro, às 10h30, visitaremos o Museu do Fado, em Alfama (www.museudofado.egeac.pt). O Museu é em Alfama, do Largo do Chafariz de Dentro. Trata-se duma visita guiada a que não devem faltar.

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Festa da Senhora da Graça em Almoçageme


Bem perto de Lisboa, numa vertente da serra de Sintra, a aldeia de Almoçageme. No passado fim de semana, esteve em festa, com a campanha eleitoral a colar-se-lhe e os candidatos a aparecerem, ainda que discretamente.
Almoçageme, entre uma população «antiga», com camponeses, assalariados e proprietários de quintas, e uma «recente», com características variadas, tem ainda no Verão uma outra, flutuante. São os que procuram a praia da Adraga, que enche tantos anúncios televisivos.Em Outubro festejam a Senhora da Graça, numa festa com «juízes» ou mordomos que se encarregam da sua reprodução, desfiles de banda, missa, procissão, arraiais com cantores modernos e baile. Pelo meio, vende-se arte africana, exposta pela rua, entre turrão de Alicante e algodão doce, brincos e colares, mais uma barracas de churros e um bazar de flores. Na quermesse, entre almofadas de lã feitas à mão e kits para montar apetrechos variados, tudo nos pode sair. Cheira a fritos e ao ensopado de borrego preparado num restaurante perto do coreto.



A festa mostra a miscelânea social local - e envolvente - como mostra o cartaz das farturas. As colectividades - de reformados, desportivas, musicais, os bombeiros - são ritualmente visitadas pelas autoridades da festas, os juízes. Replica-se a nível local algum do aparato central, nestas visitas, nas insígnias, nos ritos ligados às bandeiras. A comissão de festas, com t-shirt azul turquesa, cuida dos bazares e das quermesses, enquanto os juizes desfilam ritualmente e se complementam, entre a Igreja - que num tempo longo enquadrou e assimilou todas as festividades - e o todo do patchwork da sociedade local.



À noite, sobram as luzes e a música, primeiro de aparelhagem, mais tarde ao vivo. Reciclam-se nas várias funções necessárias os diversos membros da comissão, transportando cestos de oferendas, alimentando os músicos - este ano a banda veio do Montijo e mostrava orgulho nas suas insígnias, que assinalavam a sua circulação e internacionalização - cuidadando da ordenação do espaço e do tempo. Para o ano há mais, este ano também, noutras povoações das redondezas, já que o raio ritual pode ir longe (obrigada ao António Monteiro Cardoso pelas fotos).

terça-feira, 6 de outubro de 2009


Os meios citadinos, na sua heterogeneidade, são objectos mais recentes da observação antropológica em Portugal. Como lembra Graça Indias Cordeiro, à semelhança do que sucedeu noutros países da Europa do Sul, em Portugal a antropologia desenvolveu-se a partir duma clara herança ruralista, sem que por longo tempo se registasse abertura aos terrenos urbanos, mesmo quando tudo indicava que estes se estavam a converter em pólos de transformação (Cordeiro, 2003:21). No que toca à cidade de Lisboa, como nota Joaquim Pais de Brito, a "capital do país e do império, foi sendo lugar de fixação e de passagem em busca do lucro, sonho ou apaziguamento das fomes, daqueles que vieram do interior do país, das ilhas ou de todos os lugares de além-mar. Para os primeiros ela foi-se revestindo de mantas de retalho das províncias, com que alguma da sua expressão e produção icónica em torno de certos ofícios e de formas e espaços associativos se elaborou. Para todos os outros, conforme as conjunturas da história da cidade e do país, outras expressões mais óbvias de diferenciação cultural marcaram a cidade, desde os modos de vestir, comer, cantar, à ocupação dos espaços e criação de vizinhanças." (Brito in Cordeiro et al., 2003:48).
Ao longo de três aulas aborda-se a temática da cidade através de três formatos da sua cultura expressiva: as marchas, na sua ligação com os bairros; o fado; a música hip hop.